Está
em fase final de construção o galpão que vai servir de base para as 113
famílias integrantes da Associação dos Catadores de Material Reciclado
de Bonito de Santa Fé, no Sertão paraibano. Elas já trabalhavam com
reciclagem, mas se organizaram e solicitaram apoio do Projeto Cooperar
para investir
e estruturar o serviço, que vai receber cerca de R$ 400 mil. Esta é a
primeira vez, na história do Cooperar, que é feito um investimento
relacionado ao segmento de resíduos sólidos em todo o Estado.
A primeira parcela do investimento
já foi liberada e garante a construção do galpão. “Atualmente, estamos
em fase de licitação de um caminhão e prestes a licitar alguns
equipamentos, como: prensa, balança, empilhadeira, botas e outros itens
de segurança”, revelou a presidente da Associação, Rita da Silva Miguel.
“Estamos cheios de expectativa, tanto que já alugamos uma prensa para
adiantar o serviço, enquanto a nossa não chega”, completou.
Atualmente, os catadores dependem dos atravessadores, que negociam
a venda do material reciclável com as indústrias a um preço médio de R$
0,40, o quilo do produto. “Se vendermos direto para as fábricas, o
quilo do material chega a R$ 1,40, um lucro considerável quando
calculamos tudo”, explicou a presidente. A previsão é de que a produção
passe a ser feita no novo galpão, com todos os equipamentos, entre o mês
de dezembro e o início do próximo ano.
Para o gestor do Projeto Cooperar, Roberto Vital, esse é um tipo de
investimento que ultrapassa o lado administrativo e atinge também o
social. “Essas famílias trabalhavam em condições subumanas e, por meio
desse projeto, vão mudar de vida. Tudo vai ser bem mais organizado, com
equipamentos adequados, higiene e segurança em relação aos produtos”,
disse. De acordo com o gestor, o investimento só foi possível graças a
uma parceria importante, com a Universidade Federal da Paraíba.
“Representantes da UFPB auxiliaram os catadores na organização da
associação e na elaboração da proposta apresentada ao Cooperar, dessa
forma o projeto começou a se estruturar”.
O representante da UFPB, Tarcísio Valeri da Costa, que trabalha como
extensionista da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da
Universidade, informou que o interesse das famílias pela organização do
trabalho facilitou o andamento do projeto. “Foram várias capacitações,
apoio na elaboração da proposta e acompanhamento técnico junto às
famílias. Agora, é aguardar as próximas etapas”, falou. Assim que o
investimento for concluído o destino do material reciclável deve ser Sousa, na Paraíba; ou Juazeiro do Norte, no Ceará.
Coleta Seletiva – O trabalho da associação de catadores ajuda também a
mudar a cultura da população de Bonito de Santa Fé, que hoje já
compreende a importância do trabalho de reciclagem e colabora com a
separação do material ainda nas casas. “Implantamos a coleta seletiva há
pouco mais de um ano no município e hoje o resultado nos surpreende”,
disse o secretário de meio ambiente da cidade, Luis Fernando de Lima. Os
municípios vizinhos também vão ser beneficiados, já que a associação
vai coletar material reciclável não só em Bonito de Santa Fé, mas nas
localidades próximas.
Outros investimentos – Além do financiamento do projeto de apoio aos
catadores de resíduos sólidos em Bonito de Santa Fé, outras propostas
similares recebem investimentos do Governo do Estado, por meio do
Projeto Cooperar. Em Salgado de São Félix, a Cooperativa dos Catadores
de Material Reciclável de Itabaiana deve receber R$ 383 mil para o
serviço. Já em Pombal, a liberação de R$ 386 mil vai beneficiar a
Associação dos Catadores de Material Reciclável do município.
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